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Cultura e muita música no Festival Rompendo Cercas

Cultura e muita música no Festival Rompendo Cercas

Nos últimos anos, a Zona Rural de Tracunhaém tem sido impactada negativamente pelos megaempreendimentos de energia eólica. Essas instalações têm apropriado terras, desmatado a Mata Atlântica e prejudicado a produção agrícola, trazendo sérias consequências ao território. No Complexo de Assentamentos do Prado, por exemplo, a instalação da Linha de Transmissão Campina Grande III – Pau Ferro afetou severamente as terras. Em resposta a esses desafios, o Festival Rompendo Cercas surge como uma forma de mobilização comunitária. Além de celebrar a cultura e a arte afroindígena, o evento – que conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco através do Funcultura – busca promover a reflexão crítica sobre a importância de lutar pela preservação das terras e modos de vida da região.

No dia 13 de julho, o palco do Festival em Belo Oriente estará repleto de atrações incríveis que prometem agitar a Zona Rural de Tracunhaém. Prepare-se para se encantar com as apresentações do Maracatu Pavão Dourado, um grupo tradicional criado em 1998 e muito querido pelos brincantes e moradores da Mata Norte de Pernambuco. Fundado por Juraciel Candido de Lima, conhecido como Nem do Pavão, o grupo envolve trabalhadores rurais na confecção das fantasias e na organização dos eventos. Eles realizam ensaios e sambadas em sua própria sede e se apresentam nos principais polos carnavalescos de Pernambuco.

Teremos também a ilustre presença do Coco do Catucá, que vai fazer todo mundo dançar com suas batidas marcantes. Este grupo valoriza as raízes culturais de origens negras, indígenas e ciganas, transmitindo oralmente tradições familiares e ancestrais. O termo “Catucá” faz referência aos antigos quilombos pernambucanos e às áreas de floresta que margeavam as zonas de produção de açúcar e algodão na Zona da Mata de Pernambuco. O grupo mescla em suas cantigas a influência da poesia, maracatu, coco de roda e umbigada, embasados nas concepções místicas dos cultos afro-indígenas brasileiros. Suas atividades incluem cursos, oficinas e aulas gratuitas no Centro Cultural Quilombo do Catucá, em Camaragibe-PE. Eles também realizam a Sambada Cultural do Catucá, reunindo grupos e ativistas dos segmentos de resistência cultural do estado.

Para quem curte um brega funk, Styllo de Boyzinho trará seu ritmo dançante e cativante, representando a juventude rural. Bell Puã, com sua poesia e presença de palco únicas, também fará uma apresentação memorável. Iniciou sua carreira musical em 2021 e lançou seu primeiro EP, “Jogo de Cintura”, em maio deste ano.

O comando das pick-ups ficará por conta da DJ Boneka, garantindo a trilha sonora perfeita para a festa. Boneka é uma pesquisadora de música preta, DJ, produtora e criadora do selo “Baile da Boneka”, um movimento cultural para a juventude negra e LGBTQIAP+ do Recife. Com um repertório que inclui Hip-hop, Rap, Trap, R&B, Ragga, Dancehall, Brega-funk, Reggae e Funk, Boneka já dividiu palco com grandes artistas nacionais como MC Carol de Niterói e Karol Conká.

Para abrilhantar todas essas apresentações com muita simpatia e talento, teremos Negrita como mestra de cerimônia. Além das atrações musicais, o festival contará com oficinas que proporcionarão momentos de aprendizado e interação para todos os presentes. Não perca a oportunidade de participar e descobrir novas habilidades. Venha fazer parte dessa experiência inesquecível!