Você sabe de onde vem o Festival Rompendo Cercas?
O evento tem uma linda e longa história. Vamos viajar juntos para o ano de 2014, para a zona da mata norte de Pernambuco, mais concretamente para o Sítio Ágatha. Da família do sítio nasceu a vontade de construir um espaço de educação e aprendizado que permitisse o acesso à universidade para os filhos e filhas dos/as assentados/as da Reforma Agrária.
Foi assim, junto com a rede de apoio e militância de uma juventude universitária do Recife, que foi criada a Cooperativa de Estudos Margarida Alves (CEMA). O sonho foi se tornando realidade: agora sim, havia nos assentamentos do Complexo Prado um espaço de aprendizado colaborativo que procurava alavancar o acesso dos/as camponeses/as, especialmente da juventude, à universidade. Procurávamos também romper tanto as cercas do latifúndio, quanto as cercas das universidades, que impedem o acesso e permanência da juventude camponesa.
De março a dezembro de 2014, durante a noite dos sábados e a manhã dos domingos na sede da associação do assentamento Chico Mendes II, aconteceram os encontros formativos da cooperativa, preparando os/as participantes para o vestibular.
Como culminância de um ano de muito estudo, aprendizado e trabalho colaborativo da CEMA, surgiu a ideia de realizar o Festival Rompendo Cercas. A primeira edição aconteceu em 19 dezembro de 2014, no Xinxim da Baiana (Olinda). Foi um momento de comemoração e de resistência, onde além das bandas de rock, coco e hip-hop, também houve momentos para homenagear os estudantes desaparecidos em Ayotzinapa (México) e uma exposição fotográfica dos Mutirões dos anos 2013 e 2014 no Sítio Ágatha.