
Linhas de Transmissão: o Rastro da Devastação e o Ataque à Soberania
A expansão das Linhas de Transmissão (LTs) na Zona da Mata Norte de Pernambuco não representa desenvolvimento – é destruição, expropriação de terras e ataque à soberania nacional. Sob o disfarce de “energias renováveis”, florestas são devastadas, pássaros exterminados, rios contaminados e comunidades rurais violentamente impactadas. Mas o que há de mais perverso nesse processo é a apropriação das terras de agricultoras e agricultores, que perdem seus territórios para grandes empresas e veem seus modos de vida radicalmente alterados.
As famílias que há gerações cultivam a terra de forma sustentável são forçadas a conviver com torres de transmissão gigantescas, que dividem suas propriedades, destroem plantações, interferem no fluxo das águas e impõem riscos à saúde e à segurança. O campo se transforma em corredor de linhas de alta tensão, enquanto os verdadeiros responsáveis pelo abastecimento alimentar do país são empurrados à margem. Esse modelo, que favorece apenas o grande capital, desestrutura comunidades inteiras e condena a agricultura familiar a um futuro de incerteza.
Além da destruição ambiental e social, o setor elétrico brasileiro está sendo privatizado e entregue ao controle de multinacionais e grandes grupos econômicos. O que antes era um patrimônio nacional estratégico, garantindo energia para o povo, agora serve aos interesses do mercado. O lucro privado se sobrepõe às necessidades das comunidades, enquanto o país perde o controle sobre sua própria infraestrutura elétrica. O resultado? Tarifas mais altas, precarização dos serviços e destruição dos territórios rurais.
A campanha “Linhas de Transmissão, Rastros da Destruição” nasce da resistência e da vivência no Sítio Ágatha, no assentamento Chico Mendes I, em Tracunhaém. Nosso enfrentamento se dará em duas frentes:
📢 Fevereiro e março de 2025 – Mobilização e denúncia nas redes sociais e site da Associação Sítio Ágatha. Exposição dos impactos socioambientais, da apropriação de terras e da privatização do setor elétrico, alertando comunidades ameaçadas e defensores dos direitos humanos.
🎨 Abril e maio de 2025 – Ação direta nos territórios. Levaremos a denúncia às ruas de Tracunhaém, Araçoiaba e Nazaré da Mata com cartazes, panfletos, carros de som e oficinas de arte e cultura. O objetivo é mobilizar as comunidades para resistirem a esse modelo de destruição e expropriação.
As Linhas de Transmissão avançam rasgando terras, desterritorializando agricultores e agricultoras, desmontando modos de vida e entregando nossa energia ao grande capital. Cada torre erguida representa um passo a mais rumo à destruição do campo e à submissão dos bens comuns aos interesses privados. Resistimos porque a terra, a vida e a soberania não podem ser privatizadas!